O (en)Canto da Poesia
O canto da poesia criado para todos os amantes da arte
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Dia perfeito
Enqunto esperava pelo dia perfeito
percebi que perfeitos são todos os dias,
e eu, com as minhas birras e manias,
conseguia moldar os dias perfeitos aos meus defeitos.
Todos os dias eram perfeitos
nem que fossem perfeitos para não fazer nada
dias em que nem sequer escrevia uma quadra
e os versos que escrevia eram feios.
Alguns dias eram perfeitos,
mas esses já moram no passado,
nunca no presente vivi um dia desses, preocupado
com em como seria o dia se mudasse o que tivesse feito
só um dia é perfeito
escolhido a dedo por quem escolhe estas coisas
perfeito é o dia em que estás na praia com o martini
Cuba, Cabo Verde, Seychelles, Polinésia Francesa..
Disparate! É o maior deles de certeza!
Perfeito é o dia em que decido que esse dia é o perfeito
sou eu quem escolhe estas coisas...
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Levado.
Deixo-me sempre levar.
Que me carregue o destino,
Deixo-o escolher o caminho,
Não sei onde quero estar.
Como ousa ele desviar
O rumo que estava escrito?
Empurrar-me para sitios distintos
Daqueles onde vais estar.
Como ousa! - mau condutor.
Só me tens trazido dor
Não estás de bem comigo
Já voou, agora pousa, pousa no amargor.
Perdi todo o amor
Que tinha de partilhar, contigo.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Aplauso.
Um coração nas mãos erradas é
uma alma cheia de nada,
a morte da gargalhada
relento e noite gelada.
É como a rosa coberta em geada,
uma imagem linda com uma história trágica,
pinta um retrato e guarda,
já sabemos como a história acaba.
E em dias de menos glória,
repetidos, como as histórias,
os punhos estão cerrados.
Todos os contos são vãos
ainda com o meu coração nas mãos
dedicas-me um aplauso.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Rapariga do quiosque.
A rapariga do quiosque.
Todos os dias passo pelo mesmo castelo
Quase que juro que por detrás daquele muro
Vive uma princesa de sorriso sincero
Mas pra quê esconder o puro?
Se há coisa que não entendo
É porquê expor o horrendo
E esconder o melhor do mundo
Princesa, vem cá fora
Ah!, porque te escondes?
Ouve quem implora
Vem! Fica uma vida ou uma hora
O tempo és tu que escolhes
Todos querem que não vás embora
Preso.
Preso,
A sanidade já vai longe e eu queria ir com ela.
Sem portas nem janelas,
Espero.
Descobri o caminho para a saída,
Finalmente!
Fiquei eu tão contente
Como ela triste com a minha ida.
E agora?
O que faço eu cá fora?
Quero voltar lá para dentro.
Foram demasiadas horas,
Naquela prisão acolhedora, sem janelas nem portas,
Que ser livre já não é certo.
História.
Eu não sou só uma história
nem as histórias que tu contas
sou as histórias que te contam
quando as ouves paranoica
nas minhas linhas direitas,
pingam letras de anónimos
histórias a torto e a direito
contos que são provisórios
conto-vos que é provisório
a história sou eu que a conto
a história sou eu que a faço
tu és a virgula e eu o ponto.
Eterno.
Eu não sei o teu segredo
se calhar é óbvio de mais
como os outros comuns mortais
Não percebo.
Há imortais capazes,
De tornar real essas fábulas
Enquanto eu tento usar cábulas
Sobre o que está escrito à minha frente em cartazes
É ridiculo!
Tudo o que já aprendi não chega ao inicio
e o tempo avança.
é irónico e verídico
Que o velho artista de circo
será sempre uma criança.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Medo do escuro
Medo do escuro-
Confesso só ao escuro o medo que tenho dele
Ignora-me.
Espero que ele me ignore para sempre,
Porque para sempre vou ter medo mas quero que seja segredo.
Temo que a luz desapareça um dia
Tenho que saber não extingui-la
Tento que me acompanhe a vida
Tanto que consiga senti-la.
Oh! – Escuro, não te aceito
Quero-te longe
Leva o meu receio
Oh! – Não há jeito
De não te sentir hoje
Como não tenho feito.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Não pretendo ser mais que tu
Quero ser só teu mais que tudo
Desculpa se é pedir muito
Diz que me amas, o amor é cego, não é mudo
Como viveria eu sem sentir a tua sombra
A tua magia negra que me deslumbra e me assombra
Tenho o que queres, queres?
Anda, mudo os defeitos que me apontas
Ri-te de mim, sou estupido
Insignificante, quero paz, solta as pombas
Nunca te escondas
Amo-te ao ponto de não ter vergonha
Quero ser só teu mais que tudo
Desculpa se é pedir muito
Diz que me amas, o amor é cego, não é mudo
Como viveria eu sem sentir a tua sombra
A tua magia negra que me deslumbra e me assombra
Tenho o que queres, queres?
Anda, mudo os defeitos que me apontas
Ri-te de mim, sou estupido
Insignificante, quero paz, solta as pombas
Nunca te escondas
Amo-te ao ponto de não ter vergonha
António Galvão
terça-feira, 6 de outubro de 2009
António Galvão
Nascido a 7 de Julho de 1953 em São Sebastião da Pedreira, António Galvão cresceu sem conhecer os seus pais. Criado pela avó sempre teve uma educação mais liberal tendo assim a oportunidade de passar vivências que mais tarde foram transformadas em tinta e passadas para o pequeno caderno.
O Meu Caderno De Poemas
"O meu caderno de poemas. Pequeno mas uma grande parte de mim. Arranquei a folha daquele que para mim é o meu melhor poema para ti. Enrolei a folha e meti-a numa garrafa. Não a atirei ao mar. Chamei de amigo à primeira pessoa cara simpática que encontrei e contei-lhe que nessa garrafa estava uma parte de mim que tinha sido literalmente arrancada.
Confiei-lhe a missão de entregá-la, mas suspiro que espero que não a recebas.
Essa parte de mim agora à deriva num mar de multidão. Estou à mercê do mundo. só assim consigo sentir-me menos sozinho. Sinto as mãos do mundo em mim mas não sinto as tuas. Reconheceria o toque das tuas mãos, por isso vou saber quando a garrafa que contém parte de mim chegar até ti.”
"O meu caderno de poemas. Pequeno mas uma grande parte de mim. Arranquei a folha daquele que para mim é o meu melhor poema para ti. Enrolei a folha e meti-a numa garrafa. Não a atirei ao mar. Chamei de amigo à primeira pessoa cara simpática que encontrei e contei-lhe que nessa garrafa estava uma parte de mim que tinha sido literalmente arrancada.
Confiei-lhe a missão de entregá-la, mas suspiro que espero que não a recebas.
Essa parte de mim agora à deriva num mar de multidão. Estou à mercê do mundo. só assim consigo sentir-me menos sozinho. Sinto as mãos do mundo em mim mas não sinto as tuas. Reconheceria o toque das tuas mãos, por isso vou saber quando a garrafa que contém parte de mim chegar até ti.”
António Galvão
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